Conhecida por seus modelos e figuras colecionáveis licenciadas por algumas das maiores propriedades do mundo, a editora britânica Eaglemoss Collections veio por décadas produzindo e comercializando revistas e coleções licenciadas com escritórios em Londres, Nova York, Moscou, Paris, Varsóvia e São Paulo. A origem da empresa data de 1975 com o lançamento de sua primeira coleção, sendo que em 2011 a Eaglemoss Publications se fundiu com a GE Fabbri, continuando na publicação de obras que englobavam uma vasta gama de assuntos. Criou e distribuiu mais de 150 coleções em treze idiomas diferentes, em trinta mercados, em cinco continentes. De propriedade da Eaglemoss Capital Ltd., uma holding composta por investidores privados com sede em Londres e Paris, a empresa comercializava suas linhas de produtos e assinaturas por meio de suas próprias lojas virtuais internacionais e uma ampla gama de outros varejistas. Suas coleções de ficção científica e cultura pop, incluindo livros e produtos de Star Trek, foram comercializadas sob a marca Hero Collector tendo portais e lojas virtuais associadas também operando sob esta marca. O famoso autor de Star Trek, Ben Robinson, foi o Gerente Editorial de Desenvolvimentos Globais para a marca, e Chris J. Thompson, ex-Titã, foi seu Gerente Global de Marca.
Porém recentemente a empresa interrompeu abruptamente e sem avisos suas operações em todo o mundo, incluindo seus canais de comunicação com os consumidores. O diretor administrativo havia compartilhado no LinkedIn que a receita
da Eaglemoss, que havia atingido um pico de 68 milhões de libras
anteriormente, teria decaído para 31,6 milhões em suas últimas contas. É bem provável que as restrições impostas na tentativa de conter a propagação do novo Coronavírus tenham causado essa desaceleração tão rápida e isso ocorreu justamente após anos de crescimento e expansão em novas categorias e mercados em todo o mundo. Apenas dois anos atrás, a marca Eaglemoss Hero Collector havia feito um grande impulso no mercado dos EUA com acordos com o Walmart e distribuição de seus produtos licenciados através do Hot Topic, BoxLunch, GameStop, Calendar Club, Spencer's e outros. produtos estes que incluíam figuras, veículos e réplicas de objetos. A Eaglemoss manteve acordos de licenciamento com a Warner Bros., Universal, Paramount, Sony, BBC para itens baseados no Universo Cinematográfico Marvel, Star Trek, DC Comics, Harry Potter, Doctor Who e muito mais.
Infelizmente o que se sabe é que a Eaglemoss entrou com um “Aviso de Intenção” aos tribunais no Reino Unido, declarando seu plano de entrar em administração. Semelhante a um pedido de Regime de Recuperação Fiscal, um “Aviso de Intenção” não é um pedido de falência, mas sim um caminho que permite que as empresas se submetam a um administrador para limpar suas finanças, pagar seus credores e evitar sua liquidação. Ou seja, a Eaglemoss pode assim sair intacta desse processo ou, se porventura a reorganização não for bem-sucedida, seus ativos podem ser vendidos. Infelizmente várias coleções com miniaturas do cinema e TV correm o grande risco de serem totalmente descontinuadas. O mesmo ocorre com seus produtos em modelo de assinatura, onde fãs recebiam a cada mês uma peça de um modelo maior para ir montando (como o Enterprise 1701-D ou o DeLorean de "Back to the Future", onde os clientes agora enfrentam a possibilidade real de que seus modelos nunca sejam concluídos.
